De acordo com o coordenador da oficina a proposta metodológica inclui a técnica teatral do gramellott associada às técnicas de desenvolvimento da percepção musical, como espinha dorsal de uma estrutura que objetiva as regulações perceptivo/expressivas. O conteúdo perpassa pela expressão vocal e corporal, percepção do auditivo/audível, desterritorialização, contorno melódico, fluxo musical expressivo, cognição musical, devir melódico, subjetividade musical, habitar: emoções e sentimentos, técnica vocal, composição colaborativa, entre outros. Na oficina são incorporados sistemas já muito bem internalizados como é o caso da fala, entendido no contexto humano, evidenciando o fato de as crianças produzirem sistemas sonoros que envolvem as propriedades sonoras, muitas vezes com expressiva complexidade, aos dois meses de idade. Observa-se nessa fase uma gama de acontecimentos de um sistema brincacional de contornos melódicos que, com o exercício, se fixa no contexto das produções do sentido musical. Outro sistema de interesse para o estudo dos processos criativos é o do jogo. Um jogo de percepção que se pratica mediado por articulações, um conjunto de movimentos que modelam a aglomeração sonora desejada para a regulação do que se percebe. Suas peças são emoções, sentimentos, subjetividade, devir, deslocamentos, movimentos e expressão. Durante a extensão da oficina procura-se, através da exploração vocal, um encontro com o ser que, por sua própria voz, é conduzido a habitar-se. Reconhecer seu universo através do fazer vibrar-se em, que integra e regula estados de consciência diversificados. Habitar implica vivenciar atemporalmente: um princípio de atividade, outro de continuidade e um terceiro: de intencionalidade. A oficina se divide em três eixos principais. Na primeira: voz-corpo, deslocamento dimensional e cinestesia vocal; na segunda: relações sonoras; na terceira: habitar a voz: acontecimentos criativos composicionais. Essas etapas constituem um jogo intrincado de percepção de organismos e de inferências das potencialidades vocais em ações transformativas adaptativas à criação composicional. Alguns dos conteúdos debatidos no processo: expressão simbólica, subjetividade, desterritorialização, esquemas brincacionais, símbolo musical, sentido, corpo, movimento, estruturas musicais, contorno melódico, cognição, percepção, capacidade criadora, contextualização estética, aprendizagem colaborativa, composição, música, propriedades sonoras, etc. Alnér Arbí é formando em Educação Artistica pela Universidade do Estado de Santa Catarina, Designer Gráfico, é professor de Canto Coral, Técnica Vocal (Processos de Criação) em arte-educação.
Marcelo de Trói Jornalista
